Saborear a magia de se compreender o incompreensivo é fascinante. É assim quando se entra no universo do Surdo e passa a se observar detalhes nunca antes percebidos. Pequenos gestos, expressões, movimentos dizem muito. Assim, deve acontecer quando se desvenda o mistério de um mundo até então visto pela fechadura ou muitas vezes nem pelas fechaduras são percebidos. Como é gratificante poder mostrar um pouco desse mundo encantado. O interesse desperta trocas muitas vezes não vivenciadas e tão pouco experimentadas, que dos 365 dias de 2009, fossem voltados para a transparência e visibilizar a comunidade escolar Surda. Mostrar as reais necessidades e os valores dessa comunidade muitas vezes ignorados, amordaçados pela burocracias que emperram suas conquistas. Lutam para obter um espaço, um reconhecimento e quando conseguem ter até o reconhecimento de sua língua, querem lhe tirar a escola, onde aprendem, se comunicam, onde trocam informações, onde se preparam para uma convivência melhor com o outro. Onde aconteceria essa troca de forma prazerosa? em um ambiente onde não conseguem se comunicar? Infelizmente para alguns ainda parece ser difícil visualizarem essa realidade e como disse um Surdo: "Para o ouvinte é fácil falar em inclusão, mais para o Surdo e difícil se não acontecer uma preparação adequada, onde consigam se comunicarem essa inclusão não acontecerá. É preciso se pensar em inclusão com cautela observando as dificuldades e as contribuições que de fato trazem. Se a educação no Brasil está aquém da expectativa está na hora de se reavaliar onde está acontecendo o erro. Também é preciso que as vivências sejam o ponto forte para essa avaliação. Não deixem a comunidade de fora deixe que ela participe das decisões, afinal ela é a maior interessada ou não? É preciso abandonar os blá blá blá como disse Paulo Freire. Avaliar é necessário, compreender as diferenças existentes também, observando sua real necessidade. Como disse Charles Chaplin:" O tempo é o melhor autor e sempre encontra um final perfeito" essa é a minha esperança.
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